"Há alguma lei que obrigue as equipas a jogar em 442 clássico? Uma táctica obsoleta há 15 anos, mas que é, provavelmente, a mais utilizada neste europeu. Desta feita, é a Espanha. Aragonés é horrível. O homem mal consegue abrir os olhos, quanto mais ter sinapses. Não bastava não ter levado artistas como Raúl, Joaquín, ou Guti, como ainda deixou de fora do onze titular Fabregas e teve de arrumar Iniesta à direita. Isto tudo para poder jogar em 442 clássico. Brilhante! As consequências disto foram as previsíveis: uma Espanha muito má com bola, a acabar por decidir o jogo através dos erros infantis dos russos e da capacidade individual dos homens da frente, principalmente Fernando Torres e David Villa. Para mim, que era a selecção que reunia melhor conjunto de individualidades, esta Espanha foi uma decepção. Vale pelas individualidades, que são do melhor que há neste campeonato, mas como equipa foi uma nulidade. Aquela segunda parte, com os russos a baixarem os braços, não pode ilustrar nada. A primeira parte foi inteiramente dos russos e só a má transição defensiva da equipa de Hiddink e um ou outro erro individual permitiu à Espanha marcar. As transições da equipa são do mais primitivo que há, tendo sentido muitas dificuldades sempre que os russos se arrumavam posicionalmente: não há passes verticais, não há jogo entre linhas, nada. Só as transições rápidas, a explorar a velocidade do duo da frente. Isso é muito pouco."
Nuno do EntreDez
agradecimentos a JNF